ele passa dias à fio na espera de algo novo. a luz do sol vai se ofuscando, dá espaço ao mistério de cada noite. e ele a espreitar cada movimento de luz, de sombra, cada barulho de folha seca na ignomínia esperança de estar sendo perseguido.
encara o espelho: as imperfeições sempre fazem questão de se exporem mais que as qualidades. e fica à mercê de si, portanto inseguro se olhando nos olhos sem que consiga ver qualquer coisa além da cor marrom da íris. não consegue penetrar no próprio olhar.
mexe o corpo vertiginoso hora sem consciência e hora em súbita sã consciência pra lembrá-lo de suas ações. ignora.
quando se entrega ao infável, ao impossível e ao incerto toma goles longos de felicidade efêmera.