quarta-feira, 21 de julho de 2010

um pé vai lá e outro cá

é preciso calcular
listar metodicamente
os erros e os fracassos
que não podem se repetir
é preciso anotar
carimbar
colar na parede do quarto
pensar
raciocinar
pensa
nele
que vem descendo a esquina
que te afaga
tato forte
voz grave
fala pausada
que te ama e te devora
que te invade
atropela
suspira
geme alto

4 comentários:

disse...

adorei.
principalmente a mudança de pessoa no verso "pensa nele" (um pé lá).

onde a razão encontra a insanidade?
em toda esquina?
na paixão?

beijo grande

António Amaral Tavares disse...

Caro Pedro: Este poema é muito bom. Tem talento, rigor e surpreende. Coloquei-o no meu blog.
A fotografia não é grande coisa, mas é difícil encontrar boas fotos para os bons poemas. Tentei não entrar no mau gosto.
Abraços

António

Ivan Bueno disse...

Grande Pedro,
Sabe bem que gosto da sua escrita. Não foi diferente dessa vez.
Tem uma lembrancinha pra você (e também pra Gê e pro António, já comunicados) lá no Empirismo Vernacular.
Passe lá pra pegar, ok?
Abraços,

Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com

Renata de Aragão Lopes disse...

Que tênue limite
há entre razão e insanidade...

Beijo,
Doce de Lira