terça-feira, 27 de abril de 2010

''no meio do caminho tinha uma pedra''

acordou meio cansado hoje
caiu
da
cama
olhou no espelho e viu a perfeita sincronia dos gestos
não reconheceu
caiu
em
si
a luz do sol brilhava intensa
cegou seus olhos
caminhou ereto, austero, pretensioso
caiu
no
chão.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

seco no molhado

sabe o que faz
recolhe-se no obscuro
desconhecido
não se deixa escapar
resigna-se
sabe o que faz
execra
insulta
ergue a parede
suja
marcada

pintura fresca
cimentada
bloqueada
não sabe o que faz
ambiciona, procura, deseja, espera
não encontra
não sabe o que faz
mas vive a dizer que sabe.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

(sem título)

sabe sorrir de um jeito meio torto
sabe fingir que nao vê quando os próprios olhos o devoram
sabe morrer por dentro e continuar vivo por fora
sabe chorar sozinho no banheiro e enxugar as lágrimas logo depois
sabe gritar com o travesseiro contra o rosto
pensa que sabe viver
vive caindo
mas sabe levantar